PENTECOSTES

O Pentecostes ou Festa em louvor do Divino Espírito Santo são uma parte importante da história dos Açores. 

A origem destas festas remonta ao povoamento dos Açores e ao voto que a Rainha Santa Isabel, por volta de 1320, fez para que o marido, o rei D. Dinis fizesse as pazes com o filho D. Afonso.  A Rainha teria prometido ao Divino Espírito Santo peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da mesma, que é símbolo do Divino Espírito Santo, arrecadando donativos em benefício da população pobre. 

Na sequência das constantes catástrofes naturais, a população Açoriana, tornou-se grande devota do Divino Espírito Santo, sendo uma tradição celebrada fortemente em todas as ilhas. 

Na freguesia de Salão, ilha do Faial, estas festas remontam a 1884, tendo pela primeira vez decorrido num lugar chamado Ramada, onde foram distribuídas esmolas aos pobres. 

A Irmandade do Divino Espírito Santo da freguesia de Salão promove anualmente estas celebrações que decorrem em três dias. Cada irmão rotativamente, com a ajuda dos restantes, servem ao Divino Espírito Santo. Em cortejo levam a coroa à igreja, onde é celebrada a missa e coroado o mordomo e família, seguem de novo em cortejo para o lugar onde será servido o almoço, sendo ai benzidas e oferecidas as esmolas aos pobres ou inocentes e servido um almoço aos convidados, constituído por Sopas do Espírito Santo e Massa Sovada, alguns irmãos já começam a introduzir também o Arroz Doce nesta ementa. Não podem faltar nas mesas os tradicionais confeitos, que para os mais gulosos acabam dentro do copo de vinho, para adoçar o mesmo. Apesar do almoço ser para convidados, a fartura destes dias não deixa ninguém de fora e as portas estão abertas a quem pedir um prato de sopas. 

Mas as festas em Louvor do Espirito Santo começam efetivamente na semana anterior, com a preparação da carne de vaca para as sopas e da Massa Sovada. No dia anterior ao serviço prepara-se o local e as carnes, faz-se o Arroz Doce, para os irmãos que o têm nas suas ementas. No dia do serviço, os trabalhos começam cedo neste dia, pela manhã é lançado o foguete avisando que os preparativos para o almoço vão começar, desta forma, todos os que foram convidados a ajudar dirigem-se para o local onde serão confecionadas e servidas as Sopas. Muito há a fazer, desde pôr as mesas, partir a massa sovada, preparar os temperos para as Sopas do Espírito Santo, etc... 

A festa não acaba com o almoço, pois durante a tarde as pessoas ficam para ajudar e conviver. Nos anos 80’s e 90’s juntavam-se grupos de crianças e durante a tarde jogavam ao ringue, ao mata, às escondidas, entre outros jogos tradicionais. Na hora do lanche corriam para o Império para uma sandes de carne, uma fatia de massa sovada e um copo de sumo. 

Ao final da tarde e antes da mudança da coroa canta-se o terço em Louvor do Divino Espirito Santo.  

O irmão que recebe a coroa põe a mesa para receber os foliões e os convivas, não faltando novamente a Massa Sovada e um copo do bom vinho do Pico.







MASSA SOVADA


Ingredientes para a reforma: 

11 grs de fermento de padeiro 

2 colheres (de sopa) de farinha de trigo Moagem Terceirense 

1 colher (de sopa) de açúcar 

Água morna 


Modo de preparação: 

Num recipiente colocar os ingredientes secos e misturar. Aos poucos juntar a água morna até obter uma mistura homogénea. Reservar até a reforma dobrar de volume. 


Ingredientes para o fermento de batata: 

120 grs de batata branca descascada, cozida e reduzida a puré 

1 ovo grande ou dois ovos pequenos 

1 colher (de sopa) de açúcar 

Raspa de limão 

165 grs de farinha de trigo Moagem Terceirense 


Modo de preparação: 

Assim que a reforma tiver dobrado de volume, juntar o ovo, o puré de batata e incorporar bem. Adicionar o açúcar, a raspa de limão e a farinha gradualmente e amassar até formar uma massa homogénea. Deixar de novo repousar até dobrar de volume. 


Ingredientes para a massa: 

1 kg de farinha de trigo Moagem Terceirense 

350 grs de açúcar 

25 grs de manteiga crua 

150 grs de manteiga cozida 

6 ovos 

250 ml de água morna 

1 limão pequeno 

1 colher (de chá) de aguardente

½ colher (de café) de noz moscada 

1 pitada de sal 


Modo de preparação: 

Colocar os ovos em água morna.  

Num recipiente colocar o açúcar, a manteiga crua, a raspa de limão, a noz-moscada, o sal, a aguardente e os ovos. Bater com a mão, até deixar de sentir o açúcar. Juntar o fermento, apertando o mesmo com as mãos, no preparado anterior, até que este fique bem dissolvido. Juntar a farinha também apertando-a com as mãos na mistura anterior, alternar com a água morna.  

Por fim, adicionar a manteiga cozida aos poucos e sovar a massa com os punhos, virando alternadamente, cada um dos quatro lados para dentro e levantando a massa para que a manteiga passe por baixo desta. No final depois de colocar toda a manteiga sovar a massa com os punhos abertos e com menos força. 

Virar a massa para dentro, alisar a parte de cima com um pouco de manteiga derretida e deixar levedar até dobrar de volume, cerca de 2 horas. 

Passado esse tempo, untar e enfarinhar as formas para a Massa Sovada. Untar a bancada e as mãos com manteiga derretida. Retirar um bocado de massa, de acordo com o tamanho da brindeira que pretende fazer (esta quantidade dá duas brindeiras pequenas), colocar a parte de cima da massa virada para a superfície untada, formar a brindeira e colocar agora com a parte de baixo para cima na forma. Ajeitar a massa na forma, com as pontas dos dedos untadas. Deixar levedar. 

Quando tocar com o dedo na massa e esta voltar a subir está no ponto de ir para o forno. Cortar na vertical e a meio a massa e levar ao forno pré-aquecido a 170ºC. Quando a massa começar a ganhar crosta, repenicar o meio da massa com uma faca ou tesoura e reduzir a temperatura do forno para 160ºC. 

Depois de fazer o teste do palito e este sair seco, retirar a massa do forno, desenformar e untar a parte de cima da massa com manteiga derretida. 

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